Irene Wolski lida com a produção de queijos e ricota em Araucária. No ano passado ela ganhou a medalha de ouro no Primeiro Concurso Queijos do Paraná. Em sua queijaria, instalada na comunidade Botiatuva, ela produz queijo frescal meia cura e ricota. A premiação veio com um produto muito especial, o queijo zapravoni, que leva cebolinha, salsinha e bacon em sua massa. “Foi um reconhecimento do nosso trabalho e a certeza de que estamos no caminho certo”, ressalta a produtora.

Janete Gadomski também saiu da premiação com duas medalhas. Para ela, um fator decisivo para esse resultado foi a participação em cursos oferecidos pelo projeto Queijarias de Araucária, promovido pela Secretaria Municipal da Agricultura em parceria com o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater). “Antes eu só sabia fazer o queijo branco. Com os cursos aprendi a fazer os queijos temperados e fui experimentando”, relembra Janete. O empenho da produtora lhe valeu a medalha de ouro no concurso com o queijo minas frescal e a de bronze com o truskawka, um queijo com morango. Atualmente Janete faz dez tipos diferentes de queijos temperados, além de doce de leite e requeijão.

Diversidade - Irene e Janete têm em comum o empenho contínuo em melhorar a qualidade da produção, por meio da capacitação. Ambas as produtoras estão sempre em busca de aperfeiçoamento. “A assistência do IDR-Paraná e da Secretaria Municipal de Agricultura é muito importante. Eles dão apoio para a gente e sempre tem algo bom para aprender ou relembrar durante os cursos. Sem essa capacitação fica difícil melhorar o trabalho. A gente aprende sobre boas práticas com os animais e com a manipulação dos alimentos. Sempre que possível estou participando de cursos”, relatou Irene. Para Janete, os cursos são a oportunidade de ampliar seus conhecimentos. “Com certeza a participação nesses cursos ajudou no meu resultado, porque cada vez tem uma novidade ou algum conhecimento que é reforçado”, afirmou. Janete acrescenta ainda que ao fazer parte do projeto Queijarias de Araucária ela também se empenhou para regularizar o seu empreendimento. Há um ano e meio a agroindústria foi legalizada. “Hoje em dia não dá para vender nada sem rótulo. Com a regularização fico tranquila para levar meus queijos para a cidade”, ressalta.

Em abril o IDR-Paraná, com o apoio da Secretaria de Agricultura de Araucária, ofereceu aos queijeiros do município um curso a respeito da maturação de queijos. O trabalho foi conduzido pela engenheira de alimentos Fabiola Borba, do IDR-Paraná. Além das orientações teóricas, foi feita uma degustação de queijos produzidos no município para uma análise sensorial, ou seja, para uma avaliação da qualidade, identificação de defeitos, aromas e texturas dos queijos.

Visibilidade - O projeto Queijarias de Araucária foi idealizado pela Secretaria de Agricultura de Araucária e tem como objetivo incentivar a regularização da produção artesanal de queijos e derivados de leite de produtores familiares rurais do município. Atualmente, cerca de dez queijarias estão sendo atendidas pelo projeto que tem o apoio do IDR-Paraná. Seis dessas agroindústrias já possuem o certificado do SIM (Serviço de Inspeção Municipal) e estão comercializando os queijos em feiras, mercados locais e nas Caminhadas na Natureza. Renata Lessa, extensionista local, está atuando no projeto desde seu início e destaca as ações já implementadas. “O IDR-Paraná oportunizou e articulou viagens para que os proprietários dessas queijarias pudessem conhecer outras realidades do universo dos queijos. Também acompanhamos os projetos de instalação, trouxemos cursos de boas práticas, entre outros. Assessoramos na rotulagem e comercialização dos queijos. O Prêmio Queijos Paraná trouxe mais visibilidade ao projeto e aos queijos de Araucária”, concluiu. O próximo curso está previsto para o segundo semestre deste ano e será a respeito da produção de bebidas lácteas.